quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Lúcio de Castro: "É questão de tempo o Maracanã ser devolvido ao poder público"

Em 2014 o Maracanã fechou com um rombo de R$ 77,2 milhões. Em 2013 o déficit foi de R$ 48,3 milhões.

O governo já concedeu diversos favores ao consórcio que administra o estádio: o primeiro foi reduzir o investimento em 80%, conforme previsto no edital original da licitação, de R$ 549 para R$ 120 milhões. Depois acrescentar ao contrato uma nova cláusula de revisão trienal dos valores.

A Odebrecht tentava inclusive uma nova alteração para tentar amenizar o déficit: incluir uma cláusula de rescisão sem multa se não atingisse projeção de lucro na gestão do estádio.

Pois bem, diante deste cenário de problemas financeiros, somado ao envolvimento da empresa na investigação da Lava Jato - seu presidente está preso, duas grandes bombas estouraram nesta movimentada terça-feira.

A primeira, da Gabriela Moreira, na ESPN, informando que Flamengo e Fluminense fecharam acordo pelo Maracanã. O rubro-negro administraria o estádio através da empresa Golden Goal e o Fluminense seria inquilino, nos mesmos moldes de hoje, com a Odebrecht como concessionária.

A outra é do Lúcio de Castro, no UOL, afirmando que é questão de tempo para o Maracanã ser devolvido ao poder público.

Os altos gastos, recheados de penduricalhos, como a mesma Gabriela Moreira já revelou na ESPN, cujos fornecedores são ligados ao ex-governador Sérgio Cabral e à Federação de Futebol do Rio de Janeiro resultaram em uma rotina de déficits nas contas do consórcio. O sistema está quebrado!

Segundo o jornalista, ainda tem o tempero Flamengo nessa história, pois, ganhe Bandeira ou Wallim, o próximo presidente vai endurecer os termos de uma possível renovação contratual com consórcio. O clube tem contrato até o final de 2016.

Os sócios que administram o Maracanã sabem que quem garante e segura o funcionamento do estádio é o Rubro Negro. E uma possível renovação de contrato mais ajustado vai estrangular ainda mais as já combalidas contas da Odebrecht.

É evidente que se o clube da Gávea vier a administrar o Maracanã terá que ter autonomia para cortar esses gastos apadrinhados e enxugar os gastos para que possa ser no mínimo administrável.

A conferir cenas dos próximos capítulos.

6 comentários:

Joanilson disse...

Sei da capacidade dos empresários q hoje administram o Flamengo e não duvido da capacidade deles, mas acho muito, muito dificil mesmo q o Maracanã pode ser rentavel para alguem.

Sei q o Flamengo é o carro chefe, mas é um carro chefe q faz quase zerar a conta, não zera e será mesmo q sendo o Flamengo o administrador a conta alem de zerar vai trazer lucros? Qual seria a vantagem de so zerar?

Sei q os adversários falam do Flamengo não ter estadio próprio e isso "afeta" a moral do rubro-negro, mas será mesmo q o Flamengo precisa de um estadio?! Somos um time nacional e sou totalmente a favor de jogar alguns jogos fora do Rio.

Temos q parar de achar q o time não engrena pq jogou fora, esse time não engrenou pq é fraco de atitude, nem vou entrar no quesito tecnico, mas entendo q ñ existe a GANA de vencer.

Para manter o maracanã teremos q jogar sempre nele e ainda assim vamos precisar q os outros 3 do RJ tbm joguem e será q o vice e o bosta vão querer jogar lá, será q ñ vão jogar muito mais duro com o Flamengo para pagar o quanto o Flamengo vai cobrar e ai vamos ficar na mão deles 3 e abrir as pernas?

E a manutenção será q ñ é excessivamente caro manter aquele gramado em boas condições? Teremos q fazer show e isso da uma porrada no gramado, então uma boa parte do lucro com o show vai pro gramado.

Sei q ter um estadio é lindo, muito bonito, mas já existe estadios demais nesse país e a manutenção é muito cara para jogar dinheiro fora, sei q mexe com o ego de todos os rubro-negros, mas é passar por cima disso e criar um clube maior, bom no futebol e com mais esportes olimpicos, pelo visto hoje so temos 8 modalidades olimpicas o q me envergonha muito mais do q falta de estadio.

Unknown disse...

Joanilson, permita-me discordar, porém não vejo a situação tão alarmante assim. Na minha opinião o Maracanã pode sim dar lucro ao Flamengo. Basta que a gestão esteja nas mãos corretas, ou seja, nas mãos do C.R. Flamengo.

O Maracanã hoje não dá lucro pois é mal gerido. Como bem mostra a reportagem, serviços essenciais, como limpeza, conservação e manutenção, segurança e outros são fornecidos por empresas que pelo visto são contratadas sem licitação, sem a mínima preocupação com a pesquisa de preços. É lógico que isso dará prejuízo, e obviamente o prejuízo é repassado aos clubes.

Como profissional da área de administração predial posso te garantir que esses serviços quando são mal geridos, trazem um prejuízo enorme, e são proporcionais á área e a população envolvida, afinal essas empresas estipulam seus preços conforme a área (em m2) e a população residente no local onde prestarão serviço. Tenho certeza que se contratando as empresas por preço de mercado e somente os serviços essenciais (não vejo necessidade por exemplo daquele monte de gente com megafone na mão ao redor do estádio por exemplo) o estádio é viável sim.

Acredito que o Flamengo gerindo o estádio poderá alavancar seu sócio torcedor, criando setores exclusivos (semelhante aos que existem no estádio do Palmeiras) e carnês por temporada; poderá faturar com shows e eventos no estádio (sei que estraga o gramado, mas todas essas ''arenas'' que surgiram nos últimos anos usam esse conceito, então é questão de adaptação mesmo; poderá faturar com o aluguel do estádio para os demais clubes e ao mesmo tempo poderia fazer um uso mais racional do estádio: hoje por exemplo o consórcio usa o estádio até como salão de festas e é óbvio que isso dá prejuízo.

Acho que nesse caso a única briga tem que ser para se ter autonomia na gestão, principalmente no que diz respeito a contratação de prestadores de serviço, que já demonstraram ser o grande 'sumidouro' de dinheiro do Maracanã.

Entendo que esse é um ponto polêmico e que divide a torcida: uns preferem um estádio novo, outros preferem o Maracanã. As duas opções tem prós e contras, mas todos concordam que o Flamengo precisa de um estádio para alavancar as receitas. Eu particularmente prefiro o Maracanã, por já estar pronto (como se diz por aí é ''pronto pra morar''), por toda história envolvida e por ser em uma localização central, mas ao mesmo tempo sei dos riscos de ingerência governamental, do ''ciúme'' dos outros 3 grandes, etc...

É uma oportunidade única e acho que deva sim ser analisada pelo próximo presidente do clube.

Unknown disse...

Agora André, me surgiu uma dúvida: hoje o contrato de concessão envolve todo complexo do Maracanã. Então como ficaria o Maracanãnzinho e o Julio Delamare? Entrariam no pacote e seriam cedidos ao Flamengo ou seriam repassados a outros gestores?

Joanilson disse...

Jose,

Ainda vejo o Flamengo como um time Nacional e q não precisa de um estadio, garanto q se existisse um time minimamente decente o Socio Torcedor iria bombar.

Sei q poderiamos conseguir economizar dinheiro contratando melhor alguns terceiros, a Odebrecht é uma empresa muito cara, tem beneficios muito altos em comparação com muitas empresas por ai, a folha da "empresa" criada para manter o Maracanã seria menor, mas ñ consigo ver o tanto de lucro q isso iria trazer.

Temos uma grande massa de torcida fora do RJ com um estadio proprio o q vc iria "dar" para os socios torcedores fora do RJ? Ou vc é da galera q o time perdeu pro curitiba por causa da torcida de Brasilia?

Mas é aquilo somente o tempo dirá, mas ainda acho q não precisamos de um estadio, já morei fora do RJ e fora tem muita gente q ama o Flamengo muito mais do q os Cariocas.

Jose Carlos disse...

Ter um estádio próprio não significa que o Flamengo abriria mão de mandar jogos em outros estados. Partidas de menor apelo (jogos contra equipes como Avaí, Ponte Preta, etc) poderiam ser feitas no nordeste, Brasília, Mato Grosso, qualquer lugar desses. Uma coisa não inviabiliza a outra.

Mas a experiência de outros clubes (Internacional, Corinthians e Palmeiras principalmente) deixa claro que é fundamental ter um estádio para potencializar o programa.

Um exemplo modesto, mas aplicável, está vindo do basquete, o Fla Passe: Foram vendidos inicialmente 400 cartões (que na verdade é a média de público no Tijuca) quase que instantaneamente. Ou seja, de uma vez só o clube garantiu a média de público para a temporada inteira, e ainda contará com aqueles torcedores eventuais que compram ali na hora, na bilheteria, ou seja, provavelmente teremos jogos com 1000 pessoas ou mais a temporada inteira, algo até então inédito.

Digamos que o Flamengo implemente um Fla Passe no futebol e venda, digamos, 20 mil cartões. Esse já seria o público mínimo garantido em todos os jogos do clube como mandante, o que muitas vezes é a média de público em jogos fora do RJ.

Humberto Sempre Fla disse...

Eu só sei o seguinte: O América-MG tem um belíssimo estádio!

Até o América-RJ tem um estádio.