quinta-feira, 26 de junho de 2008

Garotos Rubro-Negros, por Vitor Boêmio

Tem sido comum pipocar na imprensa pesquisas sobre qual seria a maior torcida do Brasil e o resultado é sempre o mesmo: Flamengo em primeiro lugar seguido dos grandes clubes paulistas a, exceção dos Santos. Nesta semana uma nova pesquisa da Datafolha sobre o assunto repercutiu por conta de uma particularidade, os mais de 800 entrevistados, em inúmeras cidades do país, foram crianças de até doze anos.

O resultado da pesquisa mostrou-se interessante porque parecia uma tendência natural os clubes paulistas irem, ainda que lentamente, se aproximando do Flamengo, uma vez que o Estado de São Paulo tem mais que o dobro da população do Estado do Rio enquanto nas Regiões Norte e Nordeste, onde a força da torcida do Flamengo sempre foi muito superior, também poderia se pensar que as crianças começassem a torcer pelos times locais à medida que esses times fossem crescendo no cenário local e nacional.

Entretanto o que se viu foi justamente o contrário, a diferença entre a nossa torcida e o resto aumenta entre a garotada. O resultado mostrou que os segundos e terceiros somados, a saber, São Paulo com 11% e Corinthians com 10%, não chegam aos números conquistados pelo Mais Querido, que chegou a 23% da população infantil brasileira, se mostrando superior em quase todas as Regiões do Brasil, só ficando atrás no Sul, onde Grêmio e Internacional dominaram. Esses números indicam que ainda reinaremos por muito tempo como a maior torcida do Brasil e do Mundo.

Enquanto isso outros garotos estão deixando o Flamengo, são garotos promissores das nossas divisões de bases que saem do clube a preços baixos para o mercado europeu sem ao menos terem jogado no nosso time principal. Por mais que saibamos que a nossa diretoria precisa de dinheiro, nos dói perder jogadores de uma safra vencedora.

A desculpa é que eles não seriam aproveitados imediatamente no elenco principal, mas garotos têm mesmo que ser testado aos poucos e, se o problema é dinheiro, o ideal não é vender os garotos a “preço de custo”, e sim valorizá-los, caso contrário, veremos, em breve, esses mesmos jogadores sendo vendidos pelos seus próximos clubes por grandes quantias enquanto o Flamengo fica apenas a ver navios, como aconteceu recentemente com o jogador, criado na Gávea, Felipe Mello, que foi negociado pelo Almeria (ESP) e irá jogar na Fiorentina (ITA). R$ 30 milhões para o pequeno Almeria, nada para o Flamengo.

Vitor Boêmio - Colunistas do Flamengo
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=42812707

6 comentários:

Bruno Leite disse...

Belo texto, Vitor! Conciso, informativo e achei muito interessante o paralelo que você estabelece entre os garotos , novos torcedores e os garotos, jogadores.

SRN, para você também!

Anônimo disse...

Vitor!Que bacana o texto!Bem informativo e inparcial!Parabéns e sucesso nas próximas colunas!

Saudações Vascaínas!

Márcio Taranto disse...

Parabéns Vitor !!! Não sabia que vc escrevia bem assim... Só faltou dizer onde o meu Fogão aparece na pesquisa... hehehe. Grande abraço do amigo alvinegro.
Márcio Taranto.

Anônimo disse...

Foda o Kleber Milk cara

Eduardo Matheus disse...

Muito bom texto!

Infelizmente nos últimos anos nosso lema tem sido: "Craque, o Flamengo vende de casa". Espero que pelo menos conquistemos o Brasileiro esse ano pra "compensar" um pouco essas vendas..

SRN

Anônimo disse...

É Vitinho.....
Infelizmente não temos a cultura de investir nos jovens valores e esperar até que possam confirmar o seu potencial e abastecer os cofres dos nossos clubes com muito mais $$$, já que a venda é inevitável pela grande diferença de estrutura entre nossos clubes e os europeus. Além disso, não podemos confiar nos valores declarados nas negociações, em razão da antiga lei de Gerson, que ainda perdura em nosso futebol, aliás, no país de um modo geral. Resta-nos lamentar.....
SRN e parabéns pela coluna!