quinta-feira, 25 de abril de 2019

Libertadores 2019: LDU 2 x 1 Flamengo

O tempo apontava 47:32, já chegando nos acréscimos determinados, faltando menos de meio minuto para encerrar o primeiro tempo e ir pro vestiário com 1 x 0 no placar.

Eis que Pará, livre, da defesa, resolve dar um chutão pro ataque.

Na volta, novo bicão de imediato, agora em direção à defesa Rubro Negra. Novamente outro erro crasso do Pará dando condições ao Anangonó.

Diego Alves demora a sair, a bola praticamente não quica no péssimo gramado, Léo Duarte, que já havia falhado contra o Peñarol e São José, volta a marcar a bola ao invés do atacante, e o que seria uma boa vantagem, após um primeiro tempo razoável, torna-se em típico prelúdio do vexame que é o Flamengo em Libertadores.

Erro duplo do Pará: chutão desnecessário e condição ao atacante do LDU

É um Rubro Negro que tem horror à posse de bola. Se outrora outros treinadores, em especial Zé Ricardo e Maurício Barbieri, valorizaram excessivamente a posse de bola como se fosse o principal objetivo, dessa vez Abel Braga parece não fazer questão nenhuma de tê-la.

A jogada do Pará era o típico lance onde um time bem treinado, que sabe o que faz com a bola, consegue sair jogando. Tinha o Cuellar livre pra receber, por exemplo.

Abel não conseguiu organizar a defesa e transformou o Flamengo no time mais vazado entre os que vão disputar o próximo Campeonato Brasileiro. Em apenas 27% dos jogos, segundo o FutDados, o Rubro Negro não levou gol. O Grêmio não foi vazado em 77% das partidas e é o líder nesse quesito.

No Brasileiro passado, o Flamengo foi a terceira defesa que menos sofreu gols. Ou seja, um claro retrocesso.

Agora o treinador resolveu bagunçar também o ataque. Gabigol vinha com a impressionante média de nove gols em 13 jogos. Mesmo na ponta, Bruno Henrique empilhava gols e distribuía assistências.

Eis que, novamente, na Libertadores, Abel resolveu mudar tudo, dessa vez não para encaixar Arrascaeta no time titular, mas para colocar Bruno Henrique para bater de frente com os zagueiros. É verdade que vem sendo o artilheiro da equipe, mas é marcante como fez o resto das peças ofensivas caíram de produtividade. Valeu a pena?

Com o uruguaio em campo, Abel fez questão de colocá-lo na ponta esquerda, com Éverton Ribeiro centralizado e Gabigol de ponta direita, repetindo o mesmo erro contra o Peñarol, de fazer o camisa nove correr para marcar lateral e foi expulso nessa tentativa maluca.

No começo da temporada, Bruno Henrique jogava aberto de ponta e toda sua potencialidade era explorada. Da mesma forma que Gabigol pelo centro, sempre com ótimo posicionamento para cair nos espaços vazios, justamente por ser um atacante de velocidade.

Embora tenha dado certo contra o Vasco, foi uma equipe de muita movimentação, Abel é incapaz de corrigir quando as coisas não dão certo.

Segundo o @OptaJavier, o Flamengo trocou apenas seis passes dentro da área do LDU. Na Libertadores a média era de quase 29 por partida.

Quando Arrascaeta saiu no intervalo, Diego entrou jogando centralizado e não de ponta, como vinha atuando o uruguaio. E Everton Ribeiro foi para ponta direita. Quando Bruno Henrique saiu, entrou Vitinho, um ponta, e não um atacante. São coisas difíceis de entender.

Diego que entrou para tentar dar volume ao meio de campo, piorou a situação. Ficou evidente a dificuldade em dar prosseguimento nas jogadas. Foram vários os lances onde Vitinho corria para buscar no espaço vazio, no entanto não recebia a bola. Diego preferiu girar, retardadar, a dar o passe.

O roteiro agora se assemelha muito à Libertadores de 2017. A diferença agora é que quem joga em casa na próxima rodada é o favorito pra vencer. Ao contrário daquele ano, quando o Atlético-PR conseguiu uma surpreendente vitória no Chile.

O Flamengo terminou a rodada líder do grupo, faltando uma rodada e precisando apenas de um empate fora de casa para garantir a o primeiro lugar. No entanto, qualquer Rubro Negro sabe que o risco da eliminação é gigantesco, tamanha a dificuldade do time da Gávea em saber jogar a Libertadores, especialmente em situações bastante adversas.

Classificando ou não, a avaliação deveria ser ampla sobre a atuação do time. São quatro meses de trabalho, pouquíssimos bons momentos e várias indefinições. Até mesmo na goleada contra San José, o time apresentou 45 minutos bem ruins, mais evidente no sistema defensivo.

O que poderia ter sido já uma classificação encaminhada desde o jogo contra o Peñarol no Maracanã, agora terá que focar além dos uruguaios fora de casa, em três partidas duríssimas pelo campeonato brasileiro: Cruzeiro em casa e Inter e São Paulo fora. Capaz do Flamengo chegar na última rodada da Libertadores com três resultados ruins no Brasileiro e a moral baixíssima para o confronto decisivo.

3 comentários:

Marcel Pereira disse...

Se houvesse empatado com o Penarol no Maracana, soh seria eliminado em Montevideu se sofresse uma goleada por 4×0!!!

Marcelo disse...

Boa tarde.

Falando sobre as participações do Flamengo na Libertadores.

1981 debutando, ganhou!!! Brilhante!!!

depois, que eu me lembro:

Flamengo ganha de 4 x 2 do América do México lá e no jogo da volta as atenções estão voltadas para a despedida do técnico Joel Santana que vai ser treinador da seleção da África do Sul. Perdemos de 3 x 0 no Maracanã e tchau!

Flamengo ganhando de 3 x 1 do Olimpia no Engenhão, cede empate de 3 x 3 e, tchau!

Flamengo embalado com a dupla império do amor, Adriano e Love, mas o ônibus que saiu da Barra tem que passar na Gávea para pegar dirigentes. O jogo é no meio da semana, horário do rush, demora, time chega atrasado, sem aquecer, começa tomando gols no Maraca do Universidad do Chile, corre atrás, perde de 3 x 2, no jogo de lá ganha de 2 x 1 e tchau!

Ano passado, tem 9 resultados favoráveis ao Flamengo e 1 contra. O sujeito do San Lorenzo cruza na nossa área, Rafael Vaz olha, aprecia o lance, gol deles e tchau.

Esse ano, Maraca lotado, Gabigol dá carrinho louco, é expulso, perdemos o empate. Nesse jogo da LDU, finzinho do primeiro tempo, cara do time adversário dá um chutão para frente. Nosso goleiro deve estar com cocô nas calças, simplesmente não se mexe, empate e atrapalha tudo.

Eu vou falar de todo coração:

Esquece libertadores e foca logo no Brasileiro e Copa do Brasil. Nossos adversários mais fortes vão estar ocupados com a competição da América. O Flamengo pode ganhar ou empatar com o Penarol. Mas, não há convicção de que esse time ainda instável vai longe na Liberta e vai acabar atrapalhando as outras competições.

André, com todo respeito, chega de falar de Zé Ricardo, Barbieri... estiveram no Flamengo e fracassaram. Não têm tamanho, confiança, currículo, personalidade para treinar o Flamengo.

Pará 200 jogos no Flamengo. O lateral do Coríntians Fagner não é grande coisa, mas não faz merda. Tá acumulando títulos. Pará é aquele sujeito que vai jogo a jogo nos afastando dos títulos. Um erro aqui, uma marcação errada ali. E dirigente comemora esses 200 jogos. Ei, você que comemora Pará, volta pro zoológico. rs.

Agora, a pergunta mais importante, que a Sociedade Brasileira tá fazendo:

A gangue da impunidade já está presa.

Grato.

Anônimo disse...

O técnico desarrumou o ataque pra fazer a vontade da imprensa e parte da torcida. Pediram Arrascaeta no lugar do Diego. Só que o Arrascaeta joga na esquerda, e não vindo de trás, como o Diego.
Aí Everton Ribeiro foi pra posição do Diego, mas não é o mesmo ER7 da direita.
Gabigol foi pra direita, onde não é tão bom quanto o ER7.
Bruno Henrique foi pro meio, onde não é tão bom quanto na esquerda.
Ou seja, 3 improvisações pra fazer a vontade do povo que não quer aceitar que Vitinho, Bruno Henrique e Arrascaeta vão render o máximo na esquerda, são concorrentes de posição.