terça-feira, 25 de junho de 2019

Pelo Bayern, Rafinha teve média superior de passes trocados e melhor aproveitamento que Pará e Rodinei


Rafinha chega com a missão de dar um salto de qualidade nas duas laterais. Isso porque o atleta joga tanto na direita quanto na esquerda. E ainda atua no meio de campo.

Por conta da sua versatilidade, ganhou em abril do ano passado uma matéria especial do jornal Abendzeitung, que o comparou com um dos grandes ídolos do Bayern: o ex-lateral Philipp Lahm, que foi para o meio de campo, dando liberdade ao brasileiro para ser o titular absoluto na lateral.

Em 2013, no famoso livro "Guardiola Confidencial", escrito pelo jornalista Martí Perarnau, há um capítulo exclusivo para o lateral, cujo título é: "Rafinha, o mais importante".

No sexto parágrafo é destacada essa mudança de posição e a felicidade do brasileiro por essa oportunidade:


Outra declaração importante veio do treinador do Bayern, Jupp Heynckes, em entrevista à revista alemã "Kicker" no ano passado: "Especialmente na parte física, Rafinha está em plena forma. Se for comparado a Daniel Alves, é mais forte. Quando Rafinha joga, tem sempre bom desempenho. É respeitado, treina muito bem, é um grande profissional".

Aos 33 anos, após oito temporadas defendendo o Bayern de Munique (média de 33 partidas por temporada), o lateral se despediu do futebol alemão e agora defenderá o Rubro Negro por dois anos.

A expectativa é grande por um crescimento técnico e tático.

Um dos pontos fortes do Rafinha é o passe. Na última temporada, o novo lateral direito distribuiu uma média por jogo de 76,6 passes, contra 45 de Pará e 39 passes de Rodinei.

É evidente que o nível de competição que Rafinha atuou (Bundesliga, Champions League e Copa da Alemanha) não se compara ao Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.

Mesmo assim, o lateral teve 30 passes trocados a mais do que Pará e 36 passes a mais do que Rodinei. Além de  aproveitamento maior: 93% de acerto, contra 85% de Pará e 84% de Rodinei.

Isso pode impactar muito tanto na saída de bola quanto na construção das jogadas. Vai ser interessante o diálogo com Éverton Ribeiro pela direita, que durante anos precisou triangular com jogadores pouco inteligentes por lá.

Outro ponto que merece destaque é a força do Rafinha nos passes longos. Foram 3,7 por jogo com aproveitamento de 77%, contra 53% de Pará e 40% de aproveitamento de Rodinei.

É preciso entender que Rafinha não tinha na Alemanha a característica de fazer muitos cruzamentos. Seu futebol é muito mais tático do que de chegar à linha de fundo e erguer bola na área de qualquer maneira, o que é bastante comum no futebol brasileiro.

O melhor é que Rafinha não vai bater de frente com um treinador brasileiro viciado nesse futebol ultrapassado e distante do que é jogado na Europa, o que causaria uma necessidade de adaptação grande. Pelo contrário: encontrará como "mister" Jorge Jesus, que saberá exatamente entender de que forma o novo lateral Rubro Negro joga.

Segue o mapa de calor de Rafinha em sua última temporada no Bayern atuando nas duas laterais:


Com dados do @Analise_CRF.

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