A irritação da torcida faz muito sentido. O Flamengo, mesmo classificado para as oitavas da Libertadores tendo ficado em primeiro lugar no seu grupo e vencido o primeiro jogo fora de casa das oitavas da Copa do Brasil, é um arremedo de time.
É preciso entender o contexto: o Rubro Negro teve a semana inteiramente livre para investir em treinamentos e enfrentava um adversário que entrou em campo praticamente com reservas, após o jogo no meio da semana pela Recopa contra o River Plate.
Dentro de campo, Abel sacou Arrascaeta e voltou com Diego. E o Flamengo apresentou um futebol fraco, desorganizado, contra um Atlético-PR bem treinado e sabendo o que fazer.
As oportunidades do Rubro Negro foram criadas após roubadas na saída de jogo do adversário. A jogada que originou o pênalti bem batido por Gabigol saiu justamente nesse tipo de lance.
A única jogada realmente trabalhada foi um toque de calcanhar pela direita de Éverton Ribeiro para Pará, que acabou errando o cruzamento. De resto, muita ligação direta, zero trabalho de meio de campo e uma titularidade inconcebível do Diego nessa equipe.
O Atlético-PR também tinha como arma a marcação pressão e também levou perigo após erros na saída de bola do Flamengo. Mas conseguiu ir além, ao conseguir saídas rápidas do bom goleiro Santos para seus atacantes de velocidade e criar uma jogada bem trabalhada no primeiro tempo: tabela em profundidade nas costas do Pará, cabeçada de Erick e grande defesa de Diego Alves, o nome do primeiro tempo ao realizar três grandes defesas.
Se o primeiro tempo foi razoável, a segunda etapa foi ainda pior para o Flamengo. Os reservas do Atlético-PR partiram pra cima em pleno Maracanã com mais de 50 mil torcedores e pressionaram em busca do empate. Qualquer triangulação simples quebrava a defesa Rubro Negra.
Tudo assistido passivamente por seu treinador, que foi incapaz de fazer alguma substituição para recompor o ímpeto ofensivo do time da Gávea, mesmo vendo o adversário encurralar sua equipe na defesa. O objetivo era claro: recuar as linhas de marcação e jogar por uma bola.
Aos 18 minutos o empate veio nos pés de Marcelo Cirino. A virada aconteceu logo depois, em pênalti também cobrado pelo ex-jogador da Gávea, aos 24 minutos.
Só então, aos 29 minutos, Abel resolveu fazer algo para estancar a sangria. Tirou um volante, colocou mais um atacante e passou a rezar para alguém ser encontrado nas inúmeras bolas erguidas na área. O treinador não enxergou que Atlético-PR já estava melhor antes da virada e, após o 2 x 1, não teve a capacidade de fazer alterações para organizar a equipe. Teria que buscar o ataque na base da pressão, do sufoco, o que foi facilitado pela entrada de um terceiro zagueiro, Paulo André.
Em outros jogos, a substituição automática do Abel era sacar Arrascaeta e colocar Diego, não importando as circunstâncias e a realidade do jogo. Sempre foi essa a primeira alteração.
Dessa vez não. Mesmo Diego tendo uma atuação constrangedora, o treinador optou por Rodinei no lugar de Pará. É uma afronta!
Não restava outra coisa a não ser cruzamentos. E o empate veio com Éverton Ribeiro na medida para Bruno Henrique fazer 2 x 2.
Aos 47 minutos, o Atlético-PR teve o lance pra matar o jogo: Cirino serviu Tomás Andrade que, livre, demorou para chutar e viu Renê fazer lindo corte. Com Diego e Arão "na marcação", só não agrediram mais por frouxidão.
Aos 51 minutos, o mesmo Renê colocou na medida para Rodrigo Caio fazer de cabeça e explodir o Maracanã de felicidade e raiva. Era a virada Rubro Negra. Mesmo com o 3 x 2 a torcida, que enche de orgulho, seguiu protestando e pedindo a cabeça do Abel.
Ao final, uma cena patética: os jogadores foram correndo abraçar e consolar Abel Braga, ignorando os mais de 50 mil torcedores.
Um comentário:
O trabalho do Abel é uma piada. Não há a menor condição do Abel treinar o Flamengo. O que eram as linhas de marcação?! Depois de uma semana inteira para treinar o time apresentou um futebol medíocre! Vergonha! Vergonha!! Vergonha!!!
Postar um comentário