Em Porto Alegre, no melhor jogo da temporada, o Flamengo foi superior e arrancou um empate contra o Grêmio, no primeiro jogo das quartas de final da Copa do Brasil.
Na maior guerra da temporada, o Flamengo aguentou a pressão, defendeu como nunca, a ponto de Diego Alves não fazer nenhuma defesa, e venceu por 1 x 0.
Com a vitória, o Rubro Negro elimina nada mais nada menos do que o atual campeão da américa, avança pra semifinal e enfrentará o Corinthians na próxima fase.
É a segunda semifinal de Copa do Brasil seguida, e é a 13ª vez em 22 edições que o Flamengo chega a essa fase da competição.
É a quarta eliminação seguida do Grêmio quando enfrenta o Flamengo em mata-mata: 1999 - oitavas de final da Copa do Brasil, 2001 - semifinal da Mercosul, 2004 - quartas de final da Copa do Brasil e agora novamente nas quartas de final da Copa do Brasil.
No total, são seis classificações para cada lado.
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Na análise pré-jogo, escrevi que dificilmente o Flamengo entregaria a bola e se fecharia em duas linhas de quatro em pleno Maracanã. Mas que seria importante o gol logo no começo para controlar a ansiedade, que fatalmente acometeria a equipe.
O gol logo no começo foi um alívio. Mas não saiu por acaso. O Flamengo iniciou a partida pressionando, sendo agressivo. Vitinho deu o primeiro chute. E foi dele o cruzamento para Paquetá escorar, meio sem querer, e Éverton Ribeiro abrir o placar.
Após o placar inaugurado, o Flamengo ainda tentou ampliar, com algumas bolas enfiadas na área. Em uma, Paquetá foi tocado e sofreu pênalti, não marcado pela arbitragem.
Depois disso o Grêmio tratou de buscar o toque de bola e empurrou o Rubro Negro pra sua defesa. Terminou o primeiro tempo com absurdos 69% de posse de bola. Porém, com apenas um chute certo.
Comparando com o jogo de Porto Alegre, fica notória a diferença de uma equipe que teve a posse de bola e levou diversos perigos - até conseguir o gol, com uma outra que tinha posse de bola, porém sem oferecer grandes ameaças.
Para a torcida, foram mais momentos angustiantes do que de perigo.
O Grêmio conseguiu tirar o Flamengo da zona de conforto e sem sofrer contra-ataque dos donos da casa, graças a recuperação quase imediata quando perdia a bola.
Apenas no finalzinho do primeiro tempo o Rubro Negro respirou e levou certo perigo.
Outro ponto: ficou evidente que Vitinho não será o substituto esperado de Vinicius Jr. O que não significa que não dará certo. Mas aquele jogador de profundidade não vai mais existir. Vitinho por várias vezes tinha a bola e cortava para o meio. Por outro lado, Renê pouco aproveitou o corredor livre.
Em relação à disposição dentro de campo, tenho dúvidas se o que cansa mais é ter a posse de bola e rodar de um lado por outro ou se fechar na defesa, tirando os cruzamentos e fazendo cortes. Acredito que, quando se joga de forma compactada, como foi o Flamengo, cansa menos.
E parecia ser essa a ideia. Diante de um Grêmio que folgou no final de semana para chegar inteiro na partida que lhe interessava, o Rubro Negro precisaria ganhar fôlego, para aguentar os 45 minutos finais.
No entanto, segundo Barbieri, em coletiva ao final do jogo, não houve recuo proposital, mas sim porque o Grêmio se impôs.
No segundo tempo, ainda um Flamengo que mesmo longe de suas características, se sentia confortável para sofrer.
O Grêmio subiu as linhas, atacava com os dois laterais ao mesmo tempo e acuou os donos da casa. Até Geromel virou volante.
Segundo o gráfico do Sofascore, foi o momento de maior pressão da equipe gaúcha:
Foram 20 minutos de tormento e sentimento de que o gol de empate seria questão de tempo. Só que imposição de jogo também cansa. E o Flamengo, que não teve uma válvula de escape no primeiro tempo, viu em Marlos Moreno este jogador.
O Flamengo teve, outra vez, mais fôlego na meia hora final de partida, à exemplo do que aconteceu em Porto Alegre. A equipe de Barbieri já conseguia subir a marcação, não passava tanto sufoco. Exceção a uma gracinha de Paquetá, que quase resulta em gol de Éverton.
Por pouco o segundo gol não veio, em boa jogada de Marlos Moreno. Depois disso o Flamengo soube controlar o jogo, fazer o tempo passar com maestria. Ou como dizem: nao teve mais jogo depois dos 20 minutos.
Diego Alves seguia incólume, sem fazer uma grande defesa. Contado ainda com partidaça da dupla de zaga: Léo Duarte e Réver, que é melhor nesse jogo reativo, quando não precisa jogar em velocidade, bastando tirar todas de dentro da área.
O Grêmio bateu de frente com uma equipe que não só sabe tocar a bola, ter marcação alta e jogar perto do gol adversário, mas que demonstrou também que sabe brigar e jogar o jogo físico.
O Flamengo, que há uma semana estava à beira de uma crise, conseguiu voltar a vencer pelo Brasileiro e eliminou o todo poderoso Grêmio.
Como dizia Rueda: jogo de mata-mata não é para jogar bonita, mas para guerrear.
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