O Flamengo precisava de qualquer forma da vitória. Após duas derrotas seguidas - Brasileiro e Libertadores, e vendo o São Paulo na liderança e com uma sequência mais tranquila pela frente, o Rubro Negro arrancou os três pontos à fórceps e se manteve a apenas um ponto do tricolor.
Diante de um Cruzeiro com apenas dois titulares, o Flamengo se vivia novamente sob pressão de vencer a qualquer custo, tudo isso com mais de 50 mil torcedores no Maracanã.
Só que ao contrário do jogo contra o Grêmio, o Rubro Negro entrou em campo com cinco jogadores que não atuaram na quarta-feira: Trauco, Pires,Vitinho, Paquetá e Dourado. Ou seja, mesmo sem querer, poupou quase a metade do elenco.
E começou pressionando, tentando impor seu jogo, chegou a 75% de posse de bola e conseguiu seu gol em uma enfiada de bola de Éverton Ribeiro para Dourado marcar de onde ele mais gosta: na marca do pênalti.
Com essa sequência absurda de jogos em agosto, é humanamente impossível manter o nível de intensidade que esse esquema precisa ter.
E o pior: com o volante Pires, que chegou semana passada, precisou estrear de titular e tendo que jogar sozinho, à frente de uma linha de quatro, cujos meias e pontas precisam sempre fechar a marcação.
Já falamos muito por aqui que a defesa do Flamengo de fato não é a mesma dos tempos pré-Copa. A entrada de Réver prejudicou sim a força defensiva Rubro Negra, mas a falta de compactação dos quatro meias, até pela sequência insana dos jogos, pode estar pesando nessa situação.
Será preciso encontrar outra forma de jogar. No segundo tempo, quando Mano colocou praticamente de uma vez três titulares, Barbieri já deveria ter colocado o Arão. Pelo atraso, o Cruzeiro encontrava muita liberdade e chegava com perigo. Na jogada mais perigosa, Diego Alves salvou de forma sensacional uma cabeçada: única jogada perigosa cruzeirense.
Quando Arão entrou, contando com Marlos Moreno com mais fôlego, o Flamengo respirou, passou a reter mais a bola, chegar com mais perigo e impediu a chegada do adversário, que não ameaçou depois disso.
Com dois volantes, Barbieri já pode começar a pensar em formações diferentes na frente.
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Pires estreou na fogueira, em um esquema que precisa de muita dedicação dos homens da frente e foi razoavelmente bem. Porém, não contribuiu tanto na saída de bola, a ponto do Diego Alves não sair jogando com o volante paraguaio em alguns momentos.
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Com Vitinho, o Flamengo não terá profundidade, como tinha com Vinicius Jr. Fez algumas boas jogadas, mostrou ter habilidade, porém terá que jogar mais perto da área. Barbieri não pode simplesmente achar que pode trocar um pelo outro. É preciso colocar o jogador onde ele se encaixa, e não o contrário.
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Foi uma das arbitragens mais canalhas dos últimos jogos. O pior árbitro é aquele que manipula a partida inteira sem lances polêmicos, sem aparecer nas análises das televisões, nos melhores momentos. Foram 28 faltas cometidas, segundo a arbitragem, o que deve ter sido recorde Rubro Negro no campeonato.
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Léo Duarte chega a 87.5% de aproveitamento nos desarmes em 15 jogos disputados neste Brasileirão. E acertou 90.4% dos passes. Sem dúvidas, uma grande surpresa.
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