Após invasões em menor escala na semifinal e final da Copa do Brasil contra o Botafogo e Cruzeiro, respectivamente, a situação explodiu na final da Sul-Americana contra o Independiente.
Já prevendo problemas, o clube Rubro Negro encaminhou ofício à Federação Carioca de Futebol e a todos os órgãos de segurança no dia 7 de dezembro de 2017, seis dias antes da final da competição, mostrando-se preocupado com a circulação de torcedores sem ingressos nas intermediações do Maracanã, pois todos os ingressos haviam sido vendidos via sócio-torcedores, destacando que não haveria ingresso disponível para venda na bilheteria.
O ofício foi encaminhado também para o GEPE, Comando da Polícia Militar, 6º Batalhão, Secretaria Municipal da Ordem Pública do Rio, Guarda Municipal e Complexo Maracanã.
Pelo que consta, não houve retorno.
O ofício está no site da FERJ, anexado à ata de reunião.
No mesmo documento, consta que o efetivo do GEPE seria de 310 e 174 da PM, totalizando 484 homens de segurança.
À título de comparação na final da Copa do Brasil, no Maracanã, foram 450 homens no total. Lá em Belo Horizonte, no jogo de volta, em coletiva, foram anunciados 2500 policiais militares.
Seria possível o Flamengo ter contratado seguranças particulares para garantir proteção da sua torcida que paga tão caro o sócio torcedor e o ingresso? A segurança pública do Rio permite esse tipo de contratação?
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Em bom texto escrito pelo Leslie Leitão, o jornalista questiona porque o GEPE não isolou o estádio para só quem tivesse ingresso na mão.
Confira:
Na última quarta-feira os erros do Gepe foram banais. Praticamente toda a confusão – planejada e divulgada por bandidos nas redes sociais – só ocorreu em virtude da desorganização da PM. Três dias antes já havia uma convocação para invasão do estádio. Havia também uma convocação para fazerem baderna na porta do hotel do Independiente na véspera da partida. E ninguém fez nada. Esperaram o pior acontecer. Tanto na noite anterior quanto no dia do jogo. O mais grave é que nem a confusão da véspera ligou o alerta da PM para o clima hostil que havia sido criado.
A PM não isolou o estádio para que só quem tivesse ingresso conseguisse acessar determinado perímetro, algo normal em qualquer país do mundo – inclusive na Argentina – e como foi feito nas Copas das confederações e do Mundo, quando milhares de black blocs (com seus coquetéis molotov) protestavam mas não conseguiam se aproximar do Maracanã em virtude da atuação do Batalhão de Choque. Como os ingressos da final estavam todos vendidos desde a semana anterior, bastava o Gepe informar, através da imprensa e das redes sociais, que só acessaria as ruas de acesso ao estádio quem estivesse com o comprovante de compra do ingresso nas mãos. Não há mistério. Não tem desculpa. A PM atuou dentro do estádio, junto com a segurança privada do jogo, e assim não houve invasão de setor, não houve invasão de campo, não houve confronto de torcidas e nem rojões foram atirados em campo. Fora, falhou e desencadeou a invasão do Maracanã, como já havia ocorrido, em menor proporção, na final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro.
Um comentário:
Ontem eu liguei a televisão e estava lá o nosso presidente Eduardo bandeira de mello de terno, representando o nosso Clube de forma institucional. Voltei a admirá-lo, mesmo não sendo em uma situação agradável para o Clube.
Esse é o lugar dele, onde aprendemos a admirá-lo e a respeitá-lo. Ele tem uma presença institucional de respeitabilidade. Nos dá orgulho vê-lo no cargo de presidente, agindo e falando como presidente, defendendo sempre a austeridade, o bem do futebol, a parceria entre os grandes Clubes, o diálogo para o bem do esporte, dando entrevistas com equilíbrio e sensatez.
Não é o lugar dele à beira de campo atrapalhando a concentração dos jogadores, o discurso, o foco do treinador, querendo aparecer onde não nasceu para estar, se exaltando e mandando bananas para a própria torcida, que critica de modo correto por que quer que esse time que ganha muito renda bem em campo.
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