Largardère desiste de comprar a concessão do Maracanã e abre caminho para uma nova licitação

Em nota publicada na manhã dessa quinta-feira, a Lagardère anunciou que desistiu da "compra" do consórcio Maracanã em virtude da insegurança jurídica e indefinição do governo do estado, que ainda não decidiu o que fará: liberar a venda para a empresa francesa, segunda colada do processo licitatório, ou partir para uma nova licitação.

A empresa francesa já havia assinado um memorando com a Odebrecht no valor de R$ 60 milhões e deslocado mais de trinta pessoas para iniciar as obras emergenciais do estádio.

Porém, diante da liberação dos sigilos da deleção dos executivos da Odebrecht, não restou dúvida de que a reforma do Maracanã foi superfaturada e o processo licitatório fraudado.

Era inconcebível prosseguir com essa venda absurda, pois, as regras de concessão que valeriam para a Lagardère seriam exatamente as mesmas do edital de licitação viciado por pagamento de propinas pela Odebrecht.

O blog escreveu em 14 de abril:

"Causa estranhez, ainda, que a Lagardére, apesar de toda insegurança jurídica, principalmente após essas revelações (as delações), assinou um memorial de compra no valor de R$ 60 milhões e só precisa da assinatura do executivo para confirmar a compra do consórcio. Parece pouca coisa, mas diante das delações virou muito coisa".

Três semanas atrás o governo do Rio já dava sinais de que havia recuado da venda e que partiria para uma nova licitação.

O Flamengo conseguiu o que queria. Fez o certo, ao recusar a negociar e sentar na mesa com os franceses e bater de frente publicamente, afirmando que não aceitaria jogar no Maracanã se o estádio fosse administrador pela Lagardère.

Derrota para o Fluminense, que queria manter o atual contrato, onde ganha a renda dos ingressos vendidos da arquibancada atrás do gol e não paga um centavo pela administração / parte operacional do Maracanã.

Segundo o Rodrigo Mattos, do UOL, existe a possibilidade do Maracanã ser municipalizado e entregue aos clubes. O  Estado do Rio exigiria um pagamento por isso, mas a prefeitura é credora de dívida com o governo por ter ajudado na crise financeira.

E segundo o Mauro Cezar Pereira, o Flamengo, além de estar interessado no acontecimento de outra licitação, se movimenta em direção de construir seu próprio estádio.

Nessa sexta-feira, às 10h:30min, acontecerá na sede da prefeitura uma entrevista coletiva do presidente Rubro Negro com o prefeito do Rio de Janeiro. Eduardo Bandeira de Mello e Marcelo Crivella vão falar sobre a ação que vai ocorrer no jogo de sábado, pela estreia do Brasileiro contra o Atlético Mineiro, onde toda a renda será convertida em cestas básicas que serão doadas para restaurantes populares do município e, claro, conversas entre as partes envolvem o destino do Morro da Viúva e o futuro estádio Flamengo.