Na partida mais importante do ano, onde não poderia em hipótese alguma perder, o Flamengo fez uma ótima apresentação, demonstrou um impressionante ímpeto nos 25 minutos iniciais, frieza quando levou o gol e espírito de Libertadores para não permitir o empate, venceu o Atlético Paranaense por 2 x 1 e assumiu a liderança do grupo da morte com seis pontos.
Zé Ricardo colocou em prática tudo que se cobra dele e apresentou uma ótima novidade, com a saída do Mancuello, que deixa o time lento e com pouca força ofensiva, e a entrada do Trauco, com o Renê na lateral esquerda, opção cobrada por este blog na véspera do jogo:
Opção que foi treinada pelo técnico, mas não colocada em prática, conforme coletiva após a partida: "observamos ele (Trauco) em dois treinamentos bom rendimento dele jogando por dentro. Sabíamos que os meias do Atlético tentavam abrir a faixa central, pedimos para ele trabalhar por dentro".
Criticado por não ter variação de jogo, o treinador fez três formação distintas na Libertadores: na estreia armou no 4-2-3-1, no segundo jogo no 4-1-4-1 e ontem no 4-4-2. E o time fez seus três melhores jogos justamente onde importa. Mesmo na derrota no Chile, o Flamengo dominou inteiramente a partida, entretanto, pecou na finalização.
Ontem, porém, a equipe jogou como uma grande na Libertadores. Começou avassaladora, fez o melhor primeiro tempo da temporada - os primeiros 45 minutos que vinham sendo problema.
Com a boa opção de Trauco e tendo paciência para trocar passes, envolver o adversário e buscar a melhor jogada, sem desespero de erguer bola de qualquer maneira. Foram apenas quatro cruzamentos na área em todo o primeiro tempo.
Arão fez seu melhor jogo do ano, sendo o volante que estávamos acostumados, bem nos dois lados de campo. Mesmo com Diego procurando seu espaço dentro de campo nesta nova formação, o Flamengo se impôs. Com Trauco centralizado, o peruano fez ótimo lançamento pro Guerrero, que matou já tirando o zagueiro da jogada, e depois concluiu de cabeça antes do Thiago Heleno.
Guerrero, sempre cobrado por nunca repetir as atuações na seleção peruana. Ontem foi impressionante o quanto jogou. Matava todas as bolas que recebia, já se desvencilhava da marcação com um toque, fez o gol e chamou a responsabilidade no final para esfriar o jogo.
Novamente, após boa troca de passes, que culminou com Arão caindo livre na direita e cruzando na medida pro golaço do Diego, no ângulo, indefensável.
Diego continuava sua brilhante saga: meteu uma bola na trave e deu um passe vertical sensacional pro Guerrero, que finalizou para defesa do goleiro da equipe paranaense.
Com 2 x 0 no placar, foi a vez do Flamengo, talvez pela primeira vez nos últimos jogos, ceder a bola ao adversário e fechar em duas linhas de quatro. E viu o Atlético Paranaense com dificuldade em trocar passes e tabelar, só restando os fatídicos cruzamentos ou chute de fora como opção. Muralha fez uma defesa, parecia inseguro em algumas saídas de gol. O fim do primeiro tempo foi, até certo ponto, um alívio.
Alívio que só durou durante o intervalo, pois o adversário voltou mais perto da área do Flamengo, tentando sempre a manjada jogadinha de ultrapassagem de lateral pela direita e erguendo bolas na área.
A ótima defesa formada pelo Réver e Donatti funcionou novamente. Com o argentino não tem toquinho bonito ou tentativa de saída de jogo, é na bicuda pra lateral, "porque aqui eles não entram". Esse é o espírito. Até Márcio Araújo foi bem. Mas na saída errada do Renê, o CAP encontrou espaço pra tabelar e fazer seu primeiro gol, em posição irregular.
O Flamengo reagiu e perdeu duas boas chances dentro da área com Guerrero e Diego. Mas o perigo pairava no ar, principalmente após a saída do Diego. Matheus Sávio entrou, porém, nervoso, pecou em algumas jogadas.
Com a torcida temendo o empate, viu Gabriel ser sacado para a entrada do Cirino. O Maracanã veio abaixo e em um comovente apoio ao questionado jogador. Dentro de campo o Cirino respondeu e, pela direita, ajudava o Flamengo a escapar e tentar sair do sufoco lá de trás.
O final foi tenso, o terceiro gol não saiu, porém a equipe Rubro Negra se portou como gente grande em Libertadores e controlou o adversário. Valorizou a posse de bola, os jogadores mais experientes cavaram faltas até o juiz erguer o braço e encerrar a partida.
Realmente não esperava uma boa partida, depois de uma sequência de quatro empates e atuações que inundavam a torcida de desconfiança. Entretanto o time respondeu, provou que sabe sair de uma situação ruim e mudar a chave para jogar onde realmente importante: na Libertadores.
Daqui a duas semanas tem mais: a batalha em Curitiba. Haja coração!
Um comentário:
O jogo foi muito bom, começou maravilhoso com os golaços do Guerrero e do Diego, ambos com participação do Arão e belo lançamento do Trauco no primeiro gol. O Maraca voltou a ser do futebol, tudo ótimo!!! Vamos Mengão!!!
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