sexta-feira, 14 de abril de 2017

Entrevista: José Neto, técnico do basquete Rubro Negro


Após o primeiro lugar na fase de classificação do NBB, o Flamengo aguarda o vencedor da série entre Pinheiros x Vasco. A equipe paulista lidera por 2 x 1 e joga a quarta partida no Rio, nesta sexta-feira para fechar.

Para comentar sobre o momento do Flamengo, o blog entrevistou o técnico Rubro Negro José Neto.

Confira:


Talvez pela primeira vez no Flamengo você pega um elenco que não tenha dez adultos. Como tem sido essa experiência, sabendo da responsabilidade de dirigir um clube que tem obrigação de brigar por todos os títulos?

Acredito que, em todos os lugares e em todas as áreas, é necessário estar se adaptando às necessidades do momento. Iniciamos uma temporada com algumas dificuldades para a formação do elenco e, com um esforço muito grande, o Flamengo teve a dignidade de querer formar uma equipe competitiva. Tivemos que substituir alguns jogadores adultos por alguns jovens que estavam tendo a primeira oportunidade na categoria adulta. Todos nós envolvidos no trabalho, mais do que lamentar, focamos em trabalhar com este desafio de mais uma vez formar uma equipe vencedora. Temos uma equipe de trabalho muito competente e comprometida, que sabe lidar muito bem com as dificuldades e que sabe focar no objetivo, que é brigar pelos títulos das competições que participamos.


O Flamengo em algumas temporadas tem tido dificuldade em alguns jogos para fechar os jogos. É instabilidade emocional, falta de controle? O que falta pro time  terminar bem as partidas?

O jogo de basquete é muito dinâmico. Quem acompanha o basquete de alto nível sabe que uma diferença conquistada durante a partida não é sinônimo de vitoria antes que ela termine. São diversos fatores que influenciam na manutenção desta diferença. Portanto, esta dificuldade de fechar alguns jogos (isso não é uma ação frequente), não é uma dificuldade exclusiva do Flamengo. Isso ocorre em diversas equipes do mundo devido ao alto equilíbrio que a modalidade propicia no alto nível. Mesmo assim, sabendo desta situação, é um aspecto que temos trabalhado constantemente para que nossa equipe consiga manter uma vantagem conquistada durante a partida e que assim possa nos dar a vitória, que é o que buscamos acima de tudo.


O Flamengo perdeu patrocínio e reduziu seu investimento no NBB, mesmo assim garantiu o primeiro lugar na fase de classificação. Além disso perdeu vários jogadores por contusões e ainda está sem o Humberto. Como tem sido essa temporada? A mais difícil em se tratando de Gávea?

Sempre procuramos trabalhar com o propósito de tirar o foco do problema e colocar na solução. Focar naquilo que temos e não naquilo que tínhamos ou que não temos mais. Acredito que assim podemos atingir os objetivos, que não mudam se temos um time A ou B. Nosso grupo de trabalho entendeu isso muito bem. Mais que isso. Executa isso diariamente. Não quer dizer que desta forma está garantindo a conquista de um título, mas, com certeza, pode viabilizar esta conquista. Um outro aspecto fundamental foi a elaboração e execução do planejamento para que,neste momento, pudéssemos ter a possibilidade de chegar preparados para atingir o objetivo proposto.


Você conquistou todos os títulos possíveis pelo Rubro Negro. O clube pode conquistar seu quinto título brasileiro seguido. Como manter a motivação profissional?

Quando se consegue atingir um objetivo proposto, independente da área de atuação, provoca uma sensação incrível. Ter a possibilidade de novamente sentir esta sensação é o que te motiva a enfrentar todas as dificuldades de uma nova trajetória. Além disso, Flamengo esta associado sempre à vitória. Portanto, é com este espírito que nos preparamos para atingir a expectativa de uma Nação!


O cargo de técnico da seleção está vago. É seu sonho chegar à seleção? Há alguma tratativa nesse sentido com a Confederação?

Tenho um foco muito ajustado para as situações que dependem do meu trabalho. Procuro fazer o máximo para poder atingir objetivos e expectativas daqueles que depositaram uma confiança em mim. Atualmente, o que eu tenho em foco é o meu trabalho com o Flamengo. Aquilo que posso fazer de melhor para contribuir para mais uma conquista do Clube. Lógico que a Seleção Brasileira é um trabalho que, desde 2004, que foi minha primeira convocação, até hoje, faz parte da minha carreira. Ser o técnico do Brasil acredito que seja o sonho de qualquer técnico que trabalha no basquete brasileiro, mas não é uma preocupação que tenho no momento. Vou me preocupar quando for escolhido (se for escolhido) para assumir esta função. Agora, o foco está no Flamengo.


O Flamengo ficou de fora da Liga das Américas por problemas internos do basquete brasileiro, pela crise na gestão da CBB. Como você avalia o futuro do basquete brasileiro?

Uma questão complicada, porque é antes de mais nada um assunto político. É necessário primeiramente que a FIBA retire a punição do Brasil para que possamos voltar a ter representantes (seleções e clubes) no cenário internacional. Acredito que internamente muitas coisas precisam ser melhoradas no nosso basquete para que possamos ter uma representatividade maior à nível internacional. São mudanças que precisam ser iniciadas urgentemente, em várias áreas, para que possamos desfrutar dos benefícios à médio/longo prazo. A Liga Nacional, juntamente com os clubes envolvidos, já contribuem significativamente buscando promover uma estrutura profissional para a modalidade. Mas o país, sendo muito grande, é necessário ter uma abrangência maior para a prática da modalidade. Sou um eterno otimista, portanto acredito que podemos ter um futuro promissor do basquete brasileiro.


Existiu alguma conversa no sentido do Laprovittola voltar? Após ele deixar o San Antônio?

Nico foi um jogador que deixou boas lembranças ao basquete do Flamengo. É uma pessoa que tivemos o privilégio de poder conviver. Teve uma passagem pela NBA e hoje está tendo uma oportunidade de jogar em alto nível na Europa. Apesar de ter um contato frequente com ele, não houve nenhuma conversa no sentido de voltar ao Brasil.


Pinheiros ou Vasco?

Temos como hábito não escolher adversários durante a temporada. Estamos nos preparando para jogar contra qualquer uma destas duas equipes na próxima fase e conseguir vence-las para seguir em frente na competição.

3 comentários:

Barreto disse...

André,


Não concordo que o Flamengo tenha somente 9 adultos. Humberto e Pedrinho já tinham disputado uma temporada inteira no NBB anterior. Pedrinho, inclusive, foi titular no Macaé quase a temporada inteira. Na minha opinião os jogadores do elenco não adultos são aqueles que só entraram na rotação na fase crítica das ausências por contusão: João Vitor, Filipin, Danilo e outros.

Como já disse em outras oportunidades, as entrevistas do José Neto ou não dizem nada ou dizem coisa nenhuma. Ele adota um discurso politicamente correto ao extremo e é sempre evasivo. Apesar das perguntas do blog terem sido muito bem formuladas, o cara não conseguiu dizer nada que elucide alguma coisa.

Eduardo disse...

O André tentou, mas como as respostas do Neto são clichês. Infelizmente.

Guilherme disse...

Parabéns José Neto, muito obrigado por nos dar todos os títulos possíveis junto com grandes jogadores!!!

Parabéns Marcelinho Machado campeoníssimo por mais um aniversário!!! Felicidades sempre!!!

Mais uma taça queremos conquistar...

VAMOS FLAMENGO!!!!!