NBB 2015/2016 - Final - 5º jogo: Flamengo 100 x 66 Bauru

O Flamengo conquistou na tarde deste sábado o seu título mais duro do NBB. Sofrido não por emoção - hoje foi um passeio, mas por desta vez ter do outro lado um adversário que parecia mais encorpado, mesmo o Rubro Negro tendo um elenco mais forte.

O time parecia não encaixar e derrapou em diversos jogos, perdeu de bobeira uma semifinal de Liga das Américas ganha. Precisou do quinto jogo tanto na semifinal contra o Mogi quanto na final contra o Bauru, nos dois prevaleceu o mando de quadra e principalmente a força do Manto Sagrado para conquistar nada menos do que o sexto título brasileiro em nove campeonatos.

E foi uma vitória para não deixar dúvida de quem manda no basquete brasileiro: 100 x 66 para calar as acusações e insinuações maldosas de favorecimento. Foi um atropelo, digno do clube que tem a hegemonia do NBB dos últimos quatro anos.

Nada foi por acaso. Lá em 2009 o João Henrique Areias, então vice-presidente de esportes olímpicos, assumiu com a incumbência de literalmente salvar o basquete da falência. A torcida comprou a briga adquirindo as camisas vendidas em prol dos salários atrasados.

Hoje o Flamengo, liderado pelo Alexandre Póvoa, Marcelo Vido e André Guimarães, construiu mais do que hegemonia: salários em dia, patrocínios privados diretos e via incentivo fiscal, estrutura de primeira linha, além de credibilidade para bater de frente em obstáculos que apareciam pelo caminho e, se não fosse a burocracia estatal, já teria sua arena própria. É óbvio que ainda falta uma comunicação melhor, uma relação mais profunda com os inúmeros torcedores, entretanto é evidente que o basquete virou um modelo a ser seguido por todas as modalidades da Gávea, inclusive o futebol.

O blog tem o orgulho de ter acompanhado os cinco títulos brasileiros de basquete. Confira aqui. Eis o sexto para a nossa galeria.

Quem liderou a conquista não poderia ter sido outro: Marcelinho Machado, do auto de seus 41 anos. Foram 26 pontos, 10 rebotes e seis assistências. Um show!

Olivinha, outro integrante da velha guarda do basquete Rubro Negro, foi o MVP das finais, anotando 22 pontos e nove rebotes.

Partidaça do JP, com 20 pontos e seis rebotes. E Rafael Luz, um dos mais regulares das finais, terminando com 11 pontos e cinco assistências.

De negativo Marquinhos e seus dois pontos e Robinson com apenas um.

O JOGO

Ao contrário da partida passada, o Flamengo começou atento. Abriu 5 x 0 e viu o Bauru ter um aproveitamento horroroso na linha de três pontos, também ao contrário do quarto jogo final. Foram  10 chutes e apenas um acerto.

Mas mesmo assim a equipe paulista chegou a virar e liderar por 8 x 7. O jogo seguia equilibrado e o primeiro quarto terminou em 21 x 17 com uma cesta de três de Ramon. Olivinha com 10 pontos foi o cestinha.

O segundo quarto foi um aperitivo da mão quente do Marcelinho. Com uma bola de três o ala colocou o Flamengo na frente com 28 x 20. A vantagem chegou a dez pontos: 30 x 20.

Do outro lado Alex colocava a bola em baixo do braço e tentava impedir os donos da casa de abrirem frente. Na bola de três e com jogadas individuais impossíveis de serem marcadas fizeram o Bauru encostar: 30 x 28.

Aí apareceu o inacreditável Marcelinho, que desafogou os quase quatro minutos sem cesta, com uma bola de três: 33 x 28 e mais dois lances livres: 35 x 28.  Com uma bola de Olivinha na linha de três pontos o Flamengo fechou o primeiro tempo em 39 x 32.

O terceiro quarto foi avassalador. O Bauru chegou a matar a primeira bola, mas na volta o Flamengo atropelou com ótimo jogo coletivo e uma forte defesa.

Com 11 x 3 no placar e três bolas de três do Machado praticamente seguidas, Demétrius teve que parar, pois o placar apontava 50 x 35.

De nada adiantou. Rafael Luz colocou o Flamengo com 20 pontos de frente: 58 x 38. E fechou o placar com 71 x 49 com destaque para uma ponte aérea sensacional do Luz com o Meyinsse.

Com larga vantagem, o Flamengo não permitiu qualquer reação do Bauru. A exemplo do terceiro quarto, o Rubro Negro só permitiu 17 pontos no período final da equipe paulista e a diferença chegou a 30 pontos com ótima participação do Marcelinho e JP Batista no garrafão.

Cada ataque era uma festa da torcida. Cada defesa bem feita também era uma comemoração.

Foi o melhor segundo tempo do Flamengo neste NBB. A festa já começou faltando cinco minutos. Nada era capaz de fazer o clube da Gávea perder aquele título.

A posse final terminou nas mãos do ídolo Marcelinho Machado. Não poderia ter sido diferente!