Entrevista especial nesse domingo no jornal O Globo com o presidente da Traffic, Júlio Mariz.
Mariz torce pelo Fluminense, e disse que adoraria ter Ronaldinho Gaúcho no seu time de coração, mas não seria possível obter retorno financeiro lá. E que no Brasil, apenas Flamengo e Corinthians têm essa capacidade de fazer uma operação tão grande como essa.
A avaliação que o Flamengo teria entregado a alma para ter o jogador não se sustentava mais, e depois dessa entrevista fica mais claro ainda que foi um bom negócio pro Clube. Claro, dentro de campo ele precisa jogar bola e conquistar títulos para ser um sucesso absoluto. A princípio, cada um bancaria 50%, no final a Traffic assumiu 75% do negócio.
Sobre a disputa com Palmeiras e Grêmio, disse que o time paulista nunca teve chance de levar o jogador, a família queria que ele jogasse no Sul, mas Ronaldinho preferiu o Flamengo. Pensando agora, como que essa gente do Palmeiras tinha certeza que e dizia que estava tudo fechado com o jogador? E o Odone não perguntou ao Ronaldinho onde ele queria jogar? Quis fazer pressão, chantagem psicológica, e se deu mal.
Sobre as contrapartidas da Traffic por esse investimento, foi categórico em afirmar que não tem nada absolutamente com jogadores da base do Flamengo. Ótimo. E o contrato de risco é total da empresa, que terá que arcar com 75% do salário. E para lucrar, precisa vender a publicidade na camisa do Flamengo superior a R$ 30 milhões líquidos, para que a empresa comece a ganhar depois disso. Vejam vocês, o Flamengo tinha patrocínio de R$ 22 milhões, e mesmo depois de um 2010 terrível, vai aumentar o valor deste para R$ 30 milhões, isso apenas para o espaço principal do Manto.
E o projeto do sócio-torcedor será criado e administrado pela Traffic. O modelo será aquele que já foi divulgado: cartão fidelidade que servirá para comprar ingressos, para ser usado como cartão de crédito e débito e em todas as operações que envolverem o Clube, suas propriedades e seus parceiros. Cada transação valerá pontos, que trarão facilidades e benefícios. Mariz foi categórico ao afirmar que o Flamengo tem a obrigação de ter no mínimo 200 mil sócios e trazer no mínimo R$ 20 milhões/anuais de receita nova. É, precisava de alguém de fora dizer isso? É tão simples, tão lógico, falta é vontade e competência. Na incompetência dos Clubes, Traffic se aproveita e vai se enraizando nos diversos departamentos.
Sobre o Maracanã, disse que já tem um contrato já firmado com o Fluminense e pode ter também com o Flamengo. Mas ainda esperar a formatação do PPP (Parceria Público Privada) por parte do Governo.
Sobre uma Arena, Júlio Mariz foi mais uma vez categórico em afirmar que o Flamengo terá uma, seja o Maracanã ou outra. E que pretende administrar cinco ou seis estádios que estarão na Copa do Mundo. Mineirão e Maracanã, inclusive. Fazendo sociedade com empreiteiras e com os Clubes, com o objetivo de torná-los rentáveis e não elefantes brancos após a Copa do Mundo.
Sobre a dívida do Clube, que atualmente, é de R$ 300 milhões, duas vezes mais que o faturamente do Clube, diz que é mole pagar e seguir em frente, se for bem administrado. Segundo ele, a situação Rubro Negra é tranquila, e que logo logo vai faturar R$ 250 milhões/ano, pois tem potencial de sobra para isso. Revela uma avaliação pertubadora para as Laranjeiras: a situação é muito mais grave é do Fluminense, porque lá a dívida de curto prazo é maior e o faturamente bem menor.
A entrevista segue, ainda cita o Renato Augusto como um caso de sucesso na venda de jogador depois de ter investido. Fala sobre o processo de captação de novos talentos. Os oito olheiros espalhados pelo Brasil e América do Sul e até a contratação de uma produtora de TV para gravar e arquivar todos os jogos das Séries A, B, C e D, os principais campeonatos estaduais e ainda o argentino, uruguaio, colombiano, Copa Libertadores e Sul-Americana.
Um comentário:
Resumindo: os caras são águia.
Postar um comentário