O Blog tem a alegria de entrevistar Alexandre Franklin de Oliveira, que trabalha no departamento de marketing do Flamengo mais especificamente voltados para os esportes olímpicos e está no Clube desde o segundo semestre de 2009.
Alexandre estudou nos Estados Unidos, na Bethany University, com formação em Business & Sports Marketing. Fez Gestão e Marketing Esportivo no IWL.
Segue então a entrevista gentilmente cedida ao Ninho da Nação:
1- Você é o pai dos cards do Flabasquete, que fizeram grande sucesso com a torcida no último NBB, como surgiu essa idéia?Alexandre estudou nos Estados Unidos, na Bethany University, com formação em Business & Sports Marketing. Fez Gestão e Marketing Esportivo no IWL.
Segue então a entrevista gentilmente cedida ao Ninho da Nação:
O Flamengo há alguns anos tem um elenco com jogadores de personalidade, grandes estrelas e que possuem bastante identificação com o clube, até pelo fato de serem também torcedores que vão para as arquibancadas do Maracanã vibrar com o futebol. Esse foi o primeiro aspecto que já demonstrava o grande potêncial para o produto.
Somado a isso, é comprovado o grande sucesso dos cards de basquete na Europa e EUA, além de ter identificado a necessidade interna de o nosso torcedor ter disponível o seu ídolo em casa. Dentro desse cenário desenvolvi o projeto ao final da temporada 2009 em que fomos campeões da NBB, porém somente na temporada seguinte conseguimos efetivamente lançar o projeto, pois conseguimos o apoio de um de nossos patrocinadores, a SKY, que acreditou e apostou no sucesso do produto.
Vale lembrar, que ainda na temporada 2009, desenvolvi o mesmo projeto
dos cards para todos os times e apresentei os diretores da LNB,
infelizmente até hoje não sei por que o projeto não foi para frente.
2 - Existe o projeto para um novo lançamento para essa temporada?
Sim, a intenção é que o projeto tenha continuidade, porém a temporada ainda está começando e o grupo de jogadores ainda sendo fechado pela diretoria. Acredito que para essa nova temporada, o ideal seja ampliarmos um pouco e desenvolvermos também os cards de nossa comissão técnica que também é bastante vencedora. Praticamente todos que hoje estão no banco, no passado também foram atletas de ponta, como o João Batista que já vestiu a camisa rubro-negra como jogador.
3 - Os cards não foram vendidos, mas com as novas estrelas dessa temporada, não seria uma boa fonte de receita para o esporte?
O card é um produto colecionável, com características que o tornam muito interessante para o aspecto comercial, um grande exemplo em outra categoria foi o sucesso do álbum de figurinhas na última copa do mundo.
O Flamengo sendo uma verdadeira NAÇÃO faz com que qualquer produto de boa aceitação em nosso público, se torne uma boa fonte de renda, desde que possamos colocá-lo disponível nas praças em nível nacional. Com certeza tentamos gerar essa receita, porém contratualmente o clube já possui uma parceria de exclusividade para esse tipo de acordo, e com isso ainda não conseguimos chegar nessa receita.
4 - Hoje o basquete está bem estruturado no Clube, com salários em dia, três patrocínios, como você ver essa evolução, de um esporte que era visto como deficitário e que "tirava dinheiro do futebol" para ser auto-sustentável?
Engana-se quem acha que o esporte olímpico não é auto-sustentável, mesmo vivendo no país do futebol, todos os outros esportes são uma
grande plataforma de publicidade/marketing para qualquer empresa ou
organização que deseja associar a sua marca há aspectos como saúde,
disciplina, trabalho em equipe, inclusão social entre tantos outros
que podem agregar valor a uma marca, seja ela qual for.
Logicamente como em qualquer negócio a auto-sustentação só chega, com profissionalismo, planejamento e objetivos estratégicos. Essa evolução de hoje é legitima, e não só no basquete, o clube recuperou a sua credibilidade no mercado, aspecto que apenas com o trabalho no dia-a-dia e a motivação que a diretoria vem dando são capazes de gerar tal mudança.
No caso específico do basquete, tenho certeza que a criação da NBB, como liga independente, ajudou também resgatando a credibilidade da modalidade, tornando o produto mais atrativo e trazendo a grande mídia para as quadra. O Flamengo, com um time vencedor e uma Arena que
transmite qualidade, conforto e segurança, também são aspectos importantes para uma mudança neste cenário.
5 - Já foi fixado o valor dos contratos com a TIM, SKY e Locanty?
Essa é uma pergunta que não posso responder.
6 - Como funciona a hierarquia do Flabasquete: O Arnaldo é diretor, o André supervisor, e você, trabalha no MKT apenas direcionado para o basquete?
Eu trabalho no mkt dos esportes olímpicos, obviamente o basquete estando mais em evidência ele acaba aparecendo mais. Esqueceu a Cris Callou VP de E.O., além do Harrison Batista diretor executivo geral de mkt e o Henrique Brandão VP de mkt e comunicação.
7 - O dinheiro dos patrocínios do basquete entra no caixa único do Clube e depois vai para o basquete ou é totalmente independente do Clube? Caso passe antes pelo Clube, como alterar essa burocracia de ter que passar pelo caixa único do Clube para depois ser repassado para os esportes?
Essa é uma questão que o departamento de finanças do clube pode falar melhor.
8 - Como funciona a parceria do Fla com a Arena da Barra. É aluguel? O Clube paga alguma coisa, pode exibir placas de publicidade para faturar, explica para nos.
A parceria com a HSBC Arena é uma parceria muito interessante que possibilitou resgatar um legado do Pan de 2007 para o Esporte do Rio de Janeiro. Vejo como principal aspecto na parceria, a disponibilidade de uma estrutura de alto nível para os atletas, o que evita bastante as lesões, além do conforto e segurança que o torcedor encontra na casa.
Os detalhes comerciais por contrato eu não posso comentar, o que posso dizer é que é uma parceria ganha-ganha e que viabilizou uma estrutura excelente para treinos e jogos. O Flamengo não paga aluguel.
Com relação às placas de publicidade, as mesmas são de propriedade da LNB que ao início de cada temporada defini junto aos clubes, a quantidade de direito do mandante e visitante.
9 - Além dos patrocínios, contrato de TV, qual outra fonte de renda tem o basquete? Como aumentar essa renda?
Existem diversas outras fontes de renda, que podem ser exploradas através de ferramentas do marketing esportivo. A venda de amistosos é uma que em 2009 levamos a equipe para um torneio em Angola, por exemplo, o licenciamento de produtos oficiais é algo que já vem sendo planejado e logo será lançado, o aspecto promocional também é uma fonte de renda interessante, entre outros.
10 - Vários times que disputam o NBB fizeram o sócio-torcedor, postei no blog um tempo atrás alguns exemplos, existe alguma chance do Fla fazer um projeto desse, aproveitando o super-time que foi montado?
O projeto do sócio-torcedor é um desafio muito interessante, obviamente quando se tem um ginásio próprio, o caminho para o sucesso do projeto é maior, pelo simples fato de se ter o controle no gerenciamento de talvez um dos melhores benefícios para o torcedor. Na temporada passada, chegamos a discutir algumas possibilidades de um projeto como este. Porém como ainda é um assunto que no Brasil é relativamente novo, ainda estamos caminhando neste aspecto.
11 - No Flamengo a dificuldade nem é pelas longas filas para comprar o ingresso, porque infelizmente na maioria das vezes a Arena não lota. Qual o planejamento que o Clube pode fazer para a torcida comprar a idéia da Arena da Barra? O que pode ser feito para atrair a torcida aos jogos da Arena?
Sabemos que não vai ser do dia para a noite que teremos a HSBC Arena lotada em todos os jogos, isso é fruto de um trabalho a longo prazo. Acredito que o avanço para a melhora do público já foi dado em alguns aspectos, como o jogo se tornando num evento, tendo como plataforma o entretenimento, hoje em todos os jogos temos nossos mascotes Uruba & Urubinha participando, o DJ Zé do Rock e o Grupo Entreter animando a torcida antes, durante e depois dos jogos, além de atrações especiais como músicos e artistas que fazem da quadra um verdadeiro palco.
Um aspecto muito importante para a melhora do público, é no que diz respeito a compreensão do calendário e da fórmula de disputa do campeonato, a LNB vem melhorando esse aspecto, acredito que quanto mais simples seja esses pontos, melhor será a compreensão e acompanhamento dos jogos, não apenas no Rio, como também nos jogos como visitante, pois o Flamengo é uma verdadeira nação.
Muita coisa ainda poder ser feita para que o público melhore cada vez mais, acredito que a divulgação em geral é um ponto que ainda pode-se melhorar bastante, mantendo o público informado dos jogos, além do dia-a-dia da equipe antes e depois dos jogos.
3 comentários:
Bela Entrevista!!
Então a Locanty fechou mesmo?
que legal. E onde sera exposta a marca na camisa?
abraço
Danilo Pinheiro
pôxa, vc deveria ter perguntado sobre o time de vôlei e o de basquete feminino.
Bela Entrevista
Como forma de melhorar o público no Arena. Seria bom que a diretoria disponibilizasse ônibus saindo do Maracanã ou mesmo da Gávea nos dias dos jogos, algo do tipo:
O ingresso é, vamos dizer, R$10,00. Se o cara pagar mais R$5,00 tem direito ao ônibus de ida e volta saindo da porta do estádio ou de algum outro lugar melhor localizado do Rio. Pode-se até colocar ônibus saindo de mais de um lugar. Fazendo isso com venda antecipada não fica difícil de controlar. Fazendo isso com sócio-torcedor, o sócio torcedor tendo direito ao ônibus desde que avisasse com 1 dia de antecedência que iria ao jogo, seria mais fácil ainda.
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